Bem vindo ao O Catador de Conchas

Deixe, você, suas pegadas. Se preferir escolha sua concha.

10 de abr. de 2008

Vende-se a minha mãe

A idéia é basicamente essa mesma. A criatividade deixou o lugar para o chamado ‘marketing agressivo’. Hoje é raro se ver, e porque não ouvir, alguma chamada de algum produto, que desperte a vontade de comprar nem que seja apenas para experimentar, pois a propaganda desencadeou desejo.
A publicidade bem feita como eram os ‘banners’ e ‘outdoors’ antigos daqueles se via nos velhos filmes Hollywoodianos e como não citar as propagandas que marcaram gerações e até história, popularizando o folclore, como é o caso do famoso Papai Noel. Ou você sempre achou que a roupa dele é vermelha porque é a última moda no Pólo Norte (ou Sul???), enfim, nada mais é do que uma criação da indústria de vendas Coca-Cola.
Difícil se encontrar a qualidade em termos de criação que se tinha na era do ‘Alfreeedooooo’, do ‘Leite condensado, caramelizado com flocos crocantes, coberto com o delicioso chocolate Nestlé’, o clássico ‘Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles num pão com gergelim... ’, o antológico ‘Pipoca na panela começa a arrebentar; pipoca com sal: que sede que dá; pipoca e guaraná: que programa legal, só eu e você... ’ ou coisas mais antigas ainda que fossem realizadas sem nenhum recurso: o tubarão do filme era de resina, a capa Super-homem era movimentada por ventiladores, ou então a ausência de apelo da Yakult.
Aliás, a Coca tem sido uma das grandes decepções publicitárias, a empresa que já foi protagonista de propagandas de tamanha sensibilidade desde a criação do Santa Claus até o Urso Polar que sem um abridor de garrafa bebe a o refrigerante em embalagem retornável. Além da última bem feita do simulador de GTA (um jogo qualquer aí), quando ao tomar o refresco o malfeitor muda de personalidade, genial. Porém de tempos pra cá a Coca tem surtado em línguas e olhos com pés que conversam sobre o sabor da coca zero, e em uma fábrica de seres não identificáveis que produzem o líquido dentro das famosas geladeiras que disponibilizam o produto. Particularmente: sem nenhum feeling.
Entretanto quando comparado com o ‘delicioso Dolly, Dolly Guaraná, Dolly, o melhor’, passa a ser uma produção Sheakspeariana, afinal o que pode competir com o ‘Dollynho, seu amiguinho’.
O que era pra ser apenas um recurso tornou-se praticamente uma obrigação quando se fala de telecomercial. Os efeitos especiais, que vieram para ajudar a abrilhantar a criatividade dos publicitários, tornaram-se regra, onde é possível se assistir uma chamada sem nenhum take propriamente gravado, todo baseado em efeitos e animações. Isso quando os efeitos não cuidam de criar mulheres ilusórias que se esfregam na garrafa suada que servem apenas para alimentar a imaginação masculina nas temidas propagandas de cerveja. Tolinhos, elas são feitas em computador e não seguindo a tradicional receita.
E quando nem mesmo o ócio vira clichê com o ‘ócio criativo’ surgem as atrocidades que empreguinam na sua cabeça devido a repetitividade, no caso dos calçados Ipanema: ‘Só Ipanema tem as anatômicas, só Ipanema tem as anatômicas, só Ipanema tem...’.
Bom, o fato é que gênios publicitários como o criador do símbolo da Nike e toda a história que existe por trás do logo (Quando se é criança o que mais se espera ao receber uma prova??? O sinal de certo. Pois é, você pode ter sido influenciado a comprar um tênis da marca, pois ficou embutida a idéia de que você estaria ‘certo’ ao utilizar o produto. Ou simplesmente a sociedade te impôs isso).
O que se vê são os pavorosos merchandises sem nenhum vínculo que desperte sentimentos em você. O máximo que o divulgador do produto pode fazer é ralar uma cenoura e fatiar berinjelas no incrível multiprocessador ou ainda mostrar fotos de seios antes e depois da cirurgia de silicone.
Isso quando a insistência da apresentadora de qualquer ‘Best Shop TV’ ou ‘Polishop’ não te obriga a comprar uma magnífica Centrífuga para moer frutas ou ainda uma indispensável omeleteira.
Um primeiro passo foi dado, e isso deve-se reconhecer do governo atual, que foi a lei popularmente conhecida como cidade limpa, que deixou a cinza São Paulo pouco mais bonita, retirando outdoors que esfarelavam e estavam a ponto de cair em cabeças alheias. Mas, como nem tudo são flores a lei tem seu ponto fraco quando obriga a padronização de fachadas, limitando ainda mais alguma divulgação que poderia encher os olhos de algum consumidor compulsivo. Mas a cidade está visualmente limpa, e é o que importa!

E atenção senhores publicitários, a minha direção acaba de autorizar o pedido de criatividade dos senhores. E não é só isso (!!!!): fica registrado um elogio aos responsáveis pela divulgação das empresas de telefonia móvel.

5 comentários:

Natália Rodrigues disse...

Bem, o obetivo é deixar a marca na pessoa, não é mesmo?

No caso da Ipanema, eu achei brilhante. É uma música simples, sem muita criatividade, sim... Mas fica na cabeça. O nome fica impregnado, não tem como evitar. E olha que nem rima tem!

Acho que o que eles buscam é mais esse aspecto hj em dia...

Ou não.

Não tenho tido muito tempo para tv, faz tempo que nao vejo um comercial, hehehe

Beijoos!

Anônimo disse...

Sabe muito de Publicidade essa garota! Ops...garoto.

Anônimo disse...

TERROR DA PUBLICIDADE!

Vai lá fazer melhor cabeludinha.

Anônimo disse...

centrifoga para moer frutas.....

fique longe de uma dessa...

Anônimo disse...

vc é super 10